PMLLLB NAS PAUTAS DOS EVENTOS LITERÁRIOS DE BELO HORIZONTE



Venho por meio desse texto parabenizar toda a preparação da décima edição do Seminário Beagalê. Sei do compromisso e dedicação de todos os envolvidos no evento. Como Mediadora de Leitura da Biblioteca Comunitária Livro Aberto e representante da sociedade civil dentro do grupo executivo no processo de elaboração do Plano Municipal do Livro Leitura e Bibliotecas (PMLLLB) da cidade de Belo Horizonte, sinto-me na responsabilidade de expor aqui minha enorme surpresa e, de certa forma, indignação, ao abrir a programação do Seminário e não ver nenhuma mesa sobre a situação do PMLLLB em Belo Horizonte Hoje. 


Me perguntei, como é possível garantir o direito de acesso à leitura irrestrita para todas as crianças e suas famílias sem colocar na centralidade da pauta o compromisso político com a formulação de políticas sociais que efetivem esses direitos. Sem políticas públicas com orçamento, metas e prazos, não haverá garantia desse direito e o desejo e a disseminação das práticas ficará mais uma vez a cargo dos mais inquietos, dos sacrifícios dos mais comprometidos e que depois passam a ser incluídos como metas de governos mesmo sem ter tido real investimento público governamental.


Lembro que estamos, enquanto sociedade, lutando para que a escrita do plano se torne uma realidade na nossa cidade! Esse movimento começou no ano de 2012 com debates, audiências, eleição do Grupo Executivo, campanhas, reuniões mensais, levantamento da realidade. Mesmo com todo esse processo, em 2015 (3 anos depois) aconteceu o FLIBH (Festival Literário de Belo Horizonte) um evento grande em nossa cidade e apesar de muita dedicação na preparação do evento o processo do PMLLLB não foi divulgado. Novamente a situação se repete, agora em 2016, um evento grande e de enorme importância para a cidade como é o seminário Beagalê acontece e o PMLLLB não está sendo divulgado. 


Como uma Fundação Municipal de Cultura que está na frente da preparação do seminário, a mesma Fundação na frente da construção do plano, promove um evento dessa grandeza e não incluem na pauta a visibilidade desse momento, em que a sociedade investe junto com o poder público na construção democrática de uma política para o desenvolvimento do setor e acesso à população


Está mais do que na hora de dar um retorno para a cidade de Belo Horizonte sobre esse processo de escrita do PMLLLB e ampliar o envolvimento da sociedade, se isso não for feito nos grandes eventos literários, será feito onde? Finalmente, qual é de fato o compromisso da gestão municipal com a elaboração do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas de forma democrática, inclusiva e que priorize o respeito aos direitos humanos, em especial o direito à participação no processo.


Daniela Praça - Mediadora de leitura da Biblioteca Livro Aberto

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